Aplicar a tecnologia na contabilidade é, cada vez mais, questão de sobrevivência. A digitalização do sistema tributário brasileiro, na forma do SPED, força os escritórios contábeis a desapegar de práticas já obsoletas.
Para compreendermos melhor como a tecnologia se insere no ambiente contábil, um breve resgate histórico da profissão pode ser útil. Nesse sentido, a Escola Italiana é o divisor de águas, já que formatou os processos em contas. Assim, deu origem à Contabilidade como conhecemos hoje, desenvolvendo o método das Partidas Dobradas no distante século XV.
A partir de então, o que tem se visto é o uso da informática em escalas exponencialmente maiores. É dessas ferramentas, suas utilidades e influência nos resultados que trataremos neste artigo. Acompanhe atentamente!
Como se organizavam os primeiros livros contábeis
As Partidas Dobradas representavam, na verdade, o que se conhece no Brasil como razonete. Trata-se da disposição de débitos e créditos alinhados, formando um desenho em forma de “T”. Do lado direito desse “T”, entram os valores que representam ativos e do lado esquerdo, os passivos, ou seja, as dívidas a que empresas se obrigam a pagar.
Essa nova forma de se apurar contas não surge na Itália medieval por acaso. É a época do Renascimento do comércio, em que as rotas comerciais com as Índias foram reativadas. No continente europeu, as portas de entrada das mercadorias que vinham da Ásia eram justamente as cidades italianas de Gênova a Veneza.
No Brasil, já em 1808, a corte portuguesa adotaria o método que viria a se tornar obrigatório conforme o artigo 86 da Lei n° 4.320/64. Também seriam compulsórios os Livros Razão e Livro Diário.
[cta id=’903′]O desenvolvimento da tecnologia na contabilidade pelos americanos
Em sua marcha evolutiva, a Contabilidade sempre esteve alinhada aos avanços tecnológicos, que por regra empurram as atividades econômicas a novos patamares de exigência.
Prova disso foi que, na década de 1920, os norte-americanos se dedicaram a aperfeiçoar os métodos lançados pelos italianos, desenvolvendo soluções tecnológicas com foco em resultados. Por isso, a Escola Americana é apontada como sendo mais “prática”, enquanto a italiana seria mais “teórica”.
No Brasil, ambas as escolas exerceram influência, refletindo em uma abordagem híbrida. Talvez por isso o esforço pela modernização do sistema tributário venha se intensificando tanto no passado recente.
O Sistema Público de Escrituração Digital — SPED
Nos anos 2000, o governo brasileiro tomaria as primeiras iniciativas para tornar a Contabilidade mais ágil e em conformidade aos padrões internacionais. A Lei nº 9.989/00 seria o embrião do projeto que deu origem ao SPED, oficializado pelo Decreto nº 6.022/07.
Além de parear o setor contábil brasileiro com as práticas mais difundidas nos países desenvolvidos, o principal avanço que o SPED representou foi a decantada eliminação dos processos analógicos. A escrituração digital permite apurar com mais agilidade os tributos, minimizar as chances de erros e tornar a fiscalização mais eficaz contra fraude e sonegação.
Por todas essas razões, o uso de softwares de gestão e o apoio de assessorias contábeis vêm ganhando cada vez mais importância. A tecnologia na contabilidade induz a um elevado grau de especialização, uma vez que a inovação entrou em definitivo na ordem do dia para contadores.
Assim como a tecnologia caminha com o setor contábil, é fundamental para as empresas ampliar seus conhecimentos sobre os métodos gerenciais. Para isso, temos uma sugestão de leitura para você complementar este artigo: a Contabilidade auxiliando a gestão de recursos nas empresas. Até a próxima!
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